Você sabia que toda hérnia é uma protrusão. Mas nem toda protrusão é uma hérnia ?

O disco vertebral é uma estrutura presente entre as vértebras, composto de um anel fibroso e um núcleo pulposo, sua função é absorver o impacto e garantir a mobilidade para as atividades do dia a dia. Uma vez que o anel fibroso se rompe, devido ao processo natural de envelhecimento, um trauma importante ou mesmo pequenos traumas causados por maus hábitos posturais frequentes, se instala uma discopatia (doença do disco intervertebral).

Quando o núcleo pulposo transborda de seu local original, através de fissuras nas fibras do anel fibroso, pode ocasionar uma discopatia que é observada aos exames de imagem como abaulamento discal, protusão discal ou mesmo, uma hérnia discal. Na protusão discal o anel fibroso não se rompe, apenas distende, desta forma o conteúdo do núcleo pulposo não extravasa a região do anel fibroso. Já nas hérnias de disco o conteúdo do núcleo pulposo rompe completamente a estrutura das fibras do anel fibroso. Desta forma, além desta estrutura passar a não desempenhar sua função de absorção de cargas e mobilidade da coluna de forma adequada, o conteúdo extravasado pode gerar compressão sob as estruturas próximas a ele, como por exemplo, as raízes nervosas, ligamentos da coluna e as articulações entre as vértebras. A compressão destas estruturas nobres pode gerar dor no local do comprometimento discal, normalmente na coluna lombar ou cervical, mas também podem, através do comprometimento das raízes nervosas, gerar dor para os braços (no caso de uma hérnia cervical) ou pernas (no caso de uma hérnia lombar).

O diagnóstico da protusão discal ou da hérnia de disco pode ser feito clinicamente, através de uma avaliação individualizada e minuciosa do paciente, analisando não apenas todos os sintomas e o local da dor, mas também buscando compreender os hábitos de vida de cada individuo. Exames complementares de imagem confirmam as hipóteses diagnósticas para discopatia e auxiliam a descartar outras causas de dor que não sejam relacionadas ao disco intervertebral, tais como tumores e cistos, além de determinar o tamanho da lesão e em que região da coluna está localizada. Entretanto, estudo recentes apontam que nem todos os pacientes que apresentam achados radiológicos (hérnias de disco, protusões discais e etc.) apresentam sintomas relacionados a esses achados. Assim, é necessária a análise adequada destes exames complementares, juntamente com o histórico do paciente, seus hábitos e sintomas atuais.

Apenas 5% dos casos de hérnia de disco necessitam de intervenção cirúrgica. Normalmente esses casos estão relacionados à compressão medular e/ou perda do controle esfincteriano. Desta forma, o tratamento conservador através da Fisioterapia é um grande aliado para os pacientes que sofrem com as dores causadas por essas doenças. Métodos como a Osteopatia e o Método Mckenzie, aliados à tecnologia de macas de tração eletrônica e flexo-descompressão, vem ganhando espaço no tratamento destes pacientes, por apresentarem resultados duradouros e efetivos de forma mais rápida que a Fisioterapia convencional. O complemento do tratamento conservador pode ser realizado através de exercícios específicos utilizando-se o Método Pilates ou a Musculação Terapêutica, pois realizam o reforço da musculatura que estabiliza a coluna lombar e permite que os portadores dessas doenças não apresentem limitações funcionais e nem crises recorrentes.